Igreja de São Benedito

segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Foto: Vinícius Carvalho Branco
A primeira nota do Pe. Cincinato após sua posse como pároco de S. Benedito dizia: “...a construção da Igreja Matriz, de há muito projetada é obstada pelo atual prefeito municipal, que sob o pretexto de embelezamento da cidade, pretende demolir o morro onde se erguia a antiga igreja e onde se pretende levantar a nova.”
E assim eram as dificuldades encontradas para a construção da Igreja de São Benedito: sem apoio do prefeito da cidade e sem recursos, já que o Pe. Cincinato dispunha apenas de 100 latas de pedra britada e 66m de outras pedras. A crise econômica provocada pela 2ª Guerra Mundial e a oposição do Sr. Prefeito que oferecia um terreno pantanoso, atrás do mercado, em troca do morro foram grandes dificuldades.
Mas a firmeza do padre se fez valer e ele enfrentou a situação. As obras começaram em 22/07/1940. Feito o convite ao povo, para ajudar no aplainamento, a resposta foi calorosa. Diz Pe. Cincinato: “Comecei com 34 homens e desde esse dia até hoje, 1° de Agosto, o povo tem vindo de até 3 e 4 léguas para trabalhar gratuitamente no serviço da Matriz.”
Quanto à oposição do prefeito, o Arcebispo D. Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, enviou ofício à Prefeitura de Pedreiras descrevendo toda a documentação legal de que o terreno era de propriedade da Igreja. Assim, em 15/08/1940 foi lançada a pedra fundamental contando com a presença inclusive do prefeito Possídio Martins que foi paraninfo na solenidade. Do lançamento da pedra fundamental participaram autoridades civis e militares além de grande multidão de católicos. Foi dada a benção do Ssmo. Sacramento segundo a ata “entre vivas e aleluias”.
O brilho da festa chegou a ser ofuscado: um documento assinado por dois engenheiros e uma autoridade civil, foi enviado ao Pe. Cincinato dizendo ser o morro impróprio para construção. Quem o fez, não é dito o nome, mas tudo indicava a um complô, visto a solidez do morro durante todos esses anos. Uma vistoria a mando do interventor federal Dr. Paulo Ramos, mostrou segurança a construção da igreja.
Em Julho de 1941, Pe. Cincinato mandou a planta da igreja para o prefeito Possídio Martins sendo que este deu alinhamento a obra. Em 21/07/1941 dava-se início a construção dos alicerces da igreja. O povo passou a carregar tijolos das olarias para o local da construção após as missas dominicais em formas de procissão. Campanhas, festas e leilões eram feitos.
Erguida e já sendo usada, em 28/03/1945 a parede lateral que dava para a Av. Rio Branco caiu, mas logo outro mestre de obras foi chamado para reconstruí-la.
Segundo depoimentos do Mons. Gerson Nunes Freire, ele encontrou a igreja com portas baixar e próximo ao teto, ao invés de janelinha em ogiva, eram óculos. Estilo gótico do mestre Neco, revestimento da torre e paredes internas da nave central. Em 1949 e 1950 foram acrescentados a capela-mor e as duas sacristias laterais, bem como a sacada do coro. Em 1952, foram colocados mosaicos na matriz e revestidas as colunas. Em 1953 foi feita a grade da “mesa da comunhão” e a instalação do relógio da torre, doação do Dr. Otávio Passos, na época prefeito de São Luís e a doação de um lustre pelo Sr. Benedito Martins. Mais tarde o Sr. Vicente Benigno doa novo lustre e Dr. Otávio Passos, a pia da Sacristia. Em novembro de 1958, foram inaugurados o belíssimo altar-mor e a capela do Ssmo. Sacramento. No paroquiato de Mons. Gerson também fora feitos o patamar e as escadarias. A escada de fundo de acesso ao mercado foi construída a 10/04/1966 com dinheiro da Campanha da Fraternidade. Em 1973, o conselho paroquial se empenhou na confecção de 30 bancos sem genuflexório para as duas alas laterais da igreja. Na época, cada banco custou Cr$. 70,00. Daí em diante foram feitas várias reformas e retoques na igreja, salvo a construção da capela lateral do Ssmo. Sacramento em 1985, forrada de madeiro e colada a igreja pela parede lateral com janelas de vidros com desenhos de anjos e da Eucaristia feitas pela Prof. Mitsi Leite Gírio.